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Este espaço é dedicado ao encontro de textos e informações sobre o universo xamânico, os mitos, rituais ancestrais, cultura indigena, tradições, lendas, poemas, entre outros, digitados ou coletados da internet com o objetivo de trazer luz e ensinamentos para todos que buscam esse caminho sagrado ancestral. Somos espíritos em evolução, e para podermos melhorar cada dia, precisamos nos conhecer, aprender a lidar com as armadilhas da vida e trilhar o melhor caminho para a evolução espiritual, melhorando o Eu interior. Cada dia é uma nova chance de recomeçar!

sexta-feira, 29 de abril de 2011

Instrumentos de Poder

  
Os xamãs sempre se utilizaram de objetos mágico-religiosos que lhes conferiam poder às cerimônias e rituais, assim como os talismãs que os protegiam. Descrevo a seguir um dos mais conhecidos, acrescentando que são infindáveis os instrumentos de poder utilizados nas práticas xamânicas.
TAMBOR
O tambor é considerado universalmente como um instrumento indispensável do xamanismo. É o veiculo pelo qual os xamãs fazem suas viagens a outros mundos. O tambor também é usado para invocar espíritos, para curas, para afastar espíritos malignos.
O tambor deverá adquirir uma alma antes de ser utilizado, alguns o preparam com banhos de ervas, evocações, defumações, canções, preces, etc.. Deve ser honrado o sacrifício do animal e da árvore, pois estes espíritos também falarão através do toque do xamã.
Os nativos norte-americanos associam o toque do tambor as batidas do coração da Mãe-Terra e também ao som do útero. O tambor dá acesso a força vital através de seu ritmo.
O tambor é considerado o cavalo, ou a canoa, que leva ao mundo espiritual. É o instrumento que faz a comunicação entre o Céu e a Terra, que permite ao Xamã viajar ao Centro do Mundo ( Eliade )
É utilizado por xamãs e sacerdotes do mundo inteiro, em diversos tamanhos e formas, como, por exemplo o Damaru ( o instrumento de Shiva ), os tambores japoneses, as tablas indianas, as tumbadoras cubanas. É usado no Tantra, no Budismo Tibetano, nos cultos afro, tais como a Umbanda e o Candomblé ( atabaques ). Neste último existe a prática do batismo dos atabaques, onde são aspergidos por água benta; são oferecidas comidas dos santos, e os tambores envoltos com as cores dos orixás a que foram consagrados. Nos cultos jeje-nagô os atabaques são percutidos com varinhas ( aguidavis ), nos cultos de angola são percutidos com as mãos.
Os sons repetitivos e monótonos, permitem ao xamã alterar sua consciência. O antropólogo M. Harner, relata uma pesquisa feita em laboratório, que o tambor produz modificações no sistema nervoso, pois as batidas são de baixa freqüência, predominando o nível de freqüência do eletroencéfalograma, por esse motivo, para conservação do transe, geralmente um assistente assume o tambor. O tambor associado a cânticos, sinos , e outros instrumentos cria um ambiente muito propício para o transe.
O chefe do tambor, ogã, tamborileiro, é o maestro da viagem, do transe. Os toques podem aumentar o campo de força. Existem toques para cura, para guerra, para as jornadas.
A velocidade de toque para uma jornada xamânica varia de 150 a 200 batidas por minuto.


MARÁCAS E CHOCALHOS
Muito utilizados, principalmente na América do Sul, geralmente feitos de cabaça, ou chifres de gado, o interior contém sementes ou pedras.
Possuem a mesma finalidade dos tambores, também são utilizados para aberturas de rituais e exorcismos.



PEDRAS E CRISTAIS

Há um conto xamânico que o Criador vendo a escuridão da noite, pegou um cristal de quartzo e despedaçou-o em milhares de pedaços, e jogando-os no Universo criou as estrelas.
Os aborígenes australianos chamam os cristais de luz solidificada.
Pedras e cristais vem sendo utilizados, pelas mais diferentes civilizações. Eles possuem vibrações variadas de luz e som. No xamanismo norte-americano são chamados de Seres Pedra, detentores dos registros da Mãe Terra.
TRAJES E MÁSCARAS
O simbolismo por trás dos trajes, representa a saída do mundo material para a entrada no mundo espiritual. Os trajes cerimoniais se fazem presentes em todas as religiões: a batina do padre, a paramentação dos orixás, os mantos dos magos e sacerdotes, o branco, as peles de animais, as fardas e etc..
O mesmo acontece com penas, cocares , que simbolizam também a iniciação. Os trajes representam um microcosmo espiritual que se distingue do espaço profano em volta. Está impregnado, através da consagração de forças espirituais. É como se adquirisse um novo corpo.
As máscaras encarnam poderes sobrenaturais, dando um meio ao homem para se aproximar de forças divinas.


 
PAU-FALANTE


Utilizado especificamente por nativos norte-americanos. Trata-se de um pedaço de pau consagrado para se apresente o "Sagrado Ponto de Vista "Neste ritual não pode ser utilizada nenhuma palavra que não represente a verdade. Só fala quem estiver com o pau-falante na mão, os demais permanecem em silêncio . É uma forma de honrar a sabedoria dos outros. São empregados em reuniões, processos grupais, relacionamentos entre as pessoas , etc..

CACHIMBOS

É de uso corrente o cachimbo entre os xamãs do mundo inteiro. Para os nativos norte-americanos, ele surgiu com a aparição da Mulher Novilho Búfalo Branco, na tribo Lakota.
Ela explicou que o fornilho representava a Terra , e o cano tudo o que nasce sobre a Terra.
O fornilho representa o aspecto feminino e o cano o masculino. A união dos dois simboliza o princípio da criação, da fertilidade. O Cachimbo Sagrado é uma forma de oração, as preces são enviadas através do cachimbo. A cada pitada de tabaco se está honrando o que os nativos chamam de Todas As Nossas Relações ( Mitakuye Oyassim ) , que são todas as manifestações da vida da Criação, seres elementais, animais, insetos, peixes, pedras plantas, ancestrais, e etc..
O cachimbo também é utilizado por xamãs peruanos em rituais com plantas de poder, na magia dos pretos velhos, por índios brasileiros em rituais de cura e exorcismo. O fato de alguns cachimbos serem de uma peça só não tira o valor ritual.

OUTROS

Também são empregados em rituais, os paus-de-chuva, que simbolizam os movimentos das águas, bastões de diferentes formas e adornos que precederam as varinhas mágicas.
 Arcos e flechas, amuletos e talismãs, diferentes instrumentos musicais, raízes e sementes, cruzes mandalas, e etc.., são usados de acordo com cada cultura.

Roda de Cura (ou Roda Medicinal)

 
As rodas, ou círculos, representam a totalidade. Na Índia é um instrumento para conduzir ao Eu Profundo, e é chamada de Mandala. Segundo Jung, a mandala se encontra na própria alma humana, aparecendo nos sonhos e em diversas imagens criadas pelo nosso inconsciente. O círculo é o símbolo do Sol, do Céu e da Eternidade. O princípio masculino e feminino na China (Yin-Yang) é simbolizado por um círculo dividido, em branco representando o Céu, e o preto a Terra.
 

Os círculos aparecem no zodíaco, calendários, talismãs, pontos, templos, altares, etc..
 
O círculo é um símbolo para o entendimento do mistério da Roda da Vida. O homem olha o mundo físico através de seus olhos, que são circulares. Assim como a Terra, a Lua, o Sol e os Planetas. O tempo discorre de um movimento circular, e muitos ritos e cerimônias observam o sentido horário. Os pássaros constróem seus ninhos em formas circulares, os animais delimitam seu território em círculo.
 
Os índios americanos reconhecem a vida como um movimento circular, um caminho a ser percorrido na Roda Medicinal, Roda de Cura.
 
Quando se constrói uma Roda Medicinal, edifica-se uma representação simbólica do Universo e da Mente Universal, cujo o Todo é conectado em sincronização harmônica com todos os seres.
 
A Roda é um mapa da mente e a carta da vida. É um círculo de geração de poder, debaixo do controle da mente, permitindo seu uso para achar nosso próprio caminho de autoconhecimento, para mudar e transformar a própria vida.
 
As Rodas Medicinais dos nativos norte-americanos são constituídas de 36 pedras alinhadas de forma circular. Existem várias versões, dependendo de cada tradição.
 
 
Servem também para rezar, meditar, contemplar, fortalecer nossa conexão com a natureza, etc..
 
 
Estudar a Roda Medicinal ajuda a lembrar a conexão com todos os aspectos do Universo. Cada pedra na Roda Medicinal é uma ferramenta para ajudar você a entender traços de seu passado que molda o presente e o futuro planetário.

As Quatro Direções Sagradas

 
Na visão da Roda Medicinal dos nativos norte-americanos, cada direção cardeal tem um Espírito Guardião. Esses espíritos são responsáveis pelos ensinamentos do tempo, estações e dos poderes de cada direção. Ele nos mostra os verdadeiros talentos, e o caminho para caminharmos em beleza na Mãe-Terra.
As quatro direções são cultuadas também em diversos sistemas mágico-religiosos. Na magia das pirâmides, que são orientadas para o Norte. Muito meditam de frente para o Leste.
Várias culturas xamânicas evocam os poderes das quatro estações, onde marcam os solstícios e equinócios.
O movimento que o sol faz é a primeira lição para nosso nosso estar no mundo. Primeiro, ele nasce a LESTE e se põe a OESTE. É como se a energia masculina fosse ao encontro da feminina e vice/versa.Como se situa a natureza com as qualidades do espírito, coração, mente e corpo, identificando seus elementos e como vamos usufruir, interagir com esses movimentos?
O primeiro é o LESTE que é o Sol, a energia do dia, a energia masculina, cujo elemento é o fogo que força ao espírito. O animal é a águia, condor, gavião, falcão, a coruja branca. A águia é a clareza, a visão, o objetivo e o foco. Ela voa e, antes de se envolver em qualquer situação, temos que olhar bem, ter certeza absoluta de que é aquilo que queremos. A águia escolhe sua presa e faz um mergulho seguro. Ela nos ensina uma lição: primeiro se afaste da situação para visualizá-la.


 Elemento: Fogo
Cor: Amarelo
Corpo: Espiritual
Sol
Masculino
Dia
Visão/ Observação à distância
Observar antes de investir energia
Águia/ Condor/ Serpente/ Gavião/ Falcão
O segundo movimento é o OESTE, onde está a Lua, a energia da noite, a energia feminina. O elemento é o ar que dá força à mente. Uma qualidade do ar é que ele fica preso ao peito, cujo centro é ocupado pelo coração. O animal é a ursa negra, a coruja,o morcego, o tatu e a pantera. E a introspecção e a ursa negra é a professora dessa direção. Os ursos, quando entram em período de hibernação, eles ingerem tudo que gera gordura para que, nesse período, tenham os nutrientes necessários para, quando acordarem, tenham a capacidade de ainda buscar alimento. Sua lição: mostrar a necessidade de se preparar para seguir um caminho, enfrentar os medos traumas, limitações, tudo que o  está impedindo no seu processo. Enfrentamos nossos demônios, nossas sombras, nossos padrões e aprendemos a enxergar isso. Há animais que circulam de LESTE a OESTE, como o lagarto.


  
Elemento: Ar
Cor: Preto
Corpo: Mental
Lua
Feminino
Noite
Instrospecção/ Análise/ Avaliação
Preparação interior/ Confrontar os limites
Perceber as barreiras e os sabotadores mentais
Ursa Negra/Lagarto/Tatu/Morcego
 O terceiro movimento encontra-se no SUL, onde se  localiza a energia da criança. O elemento é a água que dá força ao coração, ao plano emocional. Os animais são o lobo, o coiote, a lontra, o golfinho - animais brincalhões. É onde  se vai descobrir o nosso potencial, o que se precisa fazer para assumir sem medo. É o momento de quebrar rótulos, romper paradigmas. O que se quer ser?  Se é resultado do pensamento dos amigos,  dos pais,  da sociedade, dos outros, ou se quer ser  resultado do seu próprio mental? O Sul é o lugar onde se joga uma pedra no espelho e se vê as várias fases que de somos feitos para, no meio delas, descobrir  a nossa face essencial. Qual delas é o EU SOU?  Temos acesso, portanto,  à autenticidade, ao nosso potencial. Assume-se, no Sul, aquilo de que se gosta, aquilo que se quer pra si mesmo: nossos verdadeiros talentos. 
  
Elemento: Água
Cor: Vermelho
Corpo: Emocional
Criança
Brincar/ Autenticidade/ Pureza
Deixar máscaras e rótulos/ Conectar com a verdadeira essência
Livre arbítrio/ Reconhecer Deus dentro de mim
Coiote/Lobo/ Onça/ Lontra/ Esdquilo/ Golfinho
ro movimento encontra-se no SUL, onde se  localiza a energia da criança. O elemento é a água que dá força ao coração, ao plano emocional. Os animais são o lobo, o coiote, a lontra, o golfinho - animais brincalhões. É onde  se vai descobrir o nosso potencial, o que se precisa fazer para assumir sem medo. É o momento de quebrar rótulos, romper paradigmas. O que se quer ser?  Se é resultado do pensamento dos amigos,  dos pais,  da sociedade, dos outros, ou se quer ser  resultado do seu próprio mental? O Sul é o lugar onde se joga uma pedra no espelho e se vê as várias fases que de somos feitos para, no meio delas, descobrir  a nossa face essencial. Qual delas é o EU SOU?  Temos acesso, portanto,  à autenticidade, ao nosso potencial. Assume-se, no Sul, aquilo de que se gosta, aquilo que se quer pra si mesmo: nossos verdadeiros talentos.


O quarto movimento é o do NORTE, a energia do sábio/velho. O elemento é a terra que dá força ao físico/corpo. Os animais são o alce, o búfalo, o cavalo, o gamo “animais que caminham fixo nas quatro patas”. É onde se aprende a ser seguro, andar em segurança. É o momento onde se sabe o que se quer, sabe-se quem se é, se está pronto para dar o mergulho da águia, atingir o nosso objetivo. Aí, circula-se e aprende-se com os professores - com várias características sutis: um gesto, um amigo, um erro, um acerto, uma planta, um pássaro,um mestre.

Sabe-se o que se quer e aprende-se a se preparar para o mergulho da águia - ir para o leste e depois circular. Estar sempre aprendendo com essas direções. 
  
Elemento: Terra
Cor: Branco
Corpo: Físico
Segurança/ Determinação/ Firmeza/ Respiração/ Concretização
Acreditando no potencial/ Tornando lei meu direito de ser feliz
Búfalo Branco/ Alce/ Touro /Cavalo